sexta-feira, 9 de agosto de 2013

XVI

Devo viver entre os homens
Se sou mais pêlo, mais dor
Menos garra e menos carne humana?
e não tendo armadura
E tendo quase muito de cordeiro
E quase nada de mão que empunha a faca
Devo continuar a caminhada?

Devo continuar a te dizer palavras
Se a poesia apodrece
Entre as ruínas da Casa que é a tua alma?
Ai, Luz que permanece no meu corpo e cara:
Como foi que desaprendi de ser humana?


(Hilda Hilst)

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